1º dia - 26/12/2017 - Parti!!!

Buenas, pessoal!

Parti!!!

Hoje de manhã, exatamente às 06h, cumprindo mais uma etapa de um rigoroso planejamento que iniciou há dois anos, subi na minha bicicleta e, com 43 kg de bagagem - 178 itens! -, passeei pelo centro de Montenegro para, então sim, via RS-124, tomar o rumo de Guaíba, na região metropolitana de Porto Alegre - primeira parada da viagem que pretendo fazer, pedalando, até a argentina Ushuaia, cidade mais ao sul do mundo.

Serão 60 dias. Ainda em solo gaúcho, e também no Uruguai, pretendo vencer razoáveis distâncias. Depois, já na Argentina e no Chile, quando o vento da Patagônia der o ar da graça... bueno, aí, cada dia terá sua estratégia.

Mas confesso que o peso da bicicleta me surpreendeu. Todo o conjunto (a bicicleta, a bagagem e eu) me faz tracionar 176 kg (estou gorducho, carregando um peso extra no abdômen... hehehe...). De qualquer forma, achei prudente planejar uma pedalada de pouco mais de 60 km hoje, para ir acostumando o corpo novamente a esse esforço. E olhem que fui otimizando a carga, otimizando, e dias antes de sair consegui baixar mais 7 kg do peso inicial. Nunca fui para um destino tão ermo, tão isolado como Ushuaia, e tive que inserir na lista bujões de butano, panela, fogareiro, lampião, saco de dormir, isolante térmico, mantimentos, carregador extra de celular e de netbook... tudo vai aumentando a lista, o volume sobre a bicicleta e, por óbvio, o peso.

Pelada, a bike estava assim:

Carregada, ficou assim:

Eu sei (todo mundo já falou!) que a caixa de frutas ficou horrorosa, que ficou parecendo bicicleta de feirante, mas fazer o quê? Para acondicionar tantos itens pequenos e desajustados, deixei a estética de lado e pensei apenas na praticidade. Foi um "porta-malas" que ganhei. O que coube de coisas ali dentro justifica a feiura. E como está presa por extensores, preciso de poucos segundos para despregá-la da bicicleta, o que facilita seu ingresso em quartos de hotel, na barraca, em alojamentos, enfim.

A viagem até Guaiba teve alguns trechos tensos, principalmente na BR-386 (são 15 km sem acostamento, os caminhões passando muito perto) e na Avenida da Legalidade, já em Porto Alegre, também sem área de escape: é pedalar em cima da pista de rolamento, disputando espaço com ônibus, caminhões e automóveis. Muito deles.

Minha preocupação acabou quando cheguei no Cais Mauá, em Porto Alegre, e embarquei no catamarã da CatSul rumo a Guaíba. Por R$ 10,30, vim comodamente sentado numa ótima poltrona, com ar condicionado, ao lado de um novo amigo (o Nelson), curtindo a exuberância da vista que se tem de Porto Alegre pelo Lago. A bicicleta amarrada na proa. Recomendo!

Claro que a bicicleta, agora pintada de amarelo, chama muito a atenção:

E ai, bem alojado no ótimo Hotel Arrastão, já na BR-116, recebo uma visita surpresa da minha esposa, a Mariloy!

(Aliás, essas minhas indiadas sobre bicicleta só acontecem há tantos anos porque tenho o apoio dela e dos meus filhos, Manoela, Rafaela e Paulo Augusto)
Hoje foram 66 km.
Amanhã, terei uma pedalada de 110 km até Camaquã. Se, contudo, sentir que será um esforço demasiado - já está soprando um vento sul aqui em Guaíba -, uma alternativa poderá ser um dos tantos balneários que margeiam a Laguna dos Patos, nossa famosa e bela "costa doce".
Bait'abraço!