2º dia - 27/12/2017 - Era para o vento estar a favor...

Buenas, pessoal!
Hoje de manhã cedo despedi-me mais uma vez da minha esposa - que me fez uma agradável visita surpresa no hotel em Guaíba -, ela retornou para Montenegro e eu ingressei na BR-116 rumo ao sul do Estado. Meu destino, hoje, Camaquã, numa pedalada de 100 km. 
Havia visto ontem no site do Climatempo que teria sol por companhia e um alvissareiro vento nordeste, a meu favor. O problema é que já ontem à noite percebi, no movimento das árvores, vento sudeste. Para o ciclista - e especialmente para o cicloviajante - o vento determina a distância, o ritmo, a velocidade média, enfim, impacta mais que sol ou chuva.
Logo na saída de Guaiba, encontrei um cicloviajante pedalando em sentido contrário. Eu estava parado, tomando uma água, quando o vi à distância. Já fui acenando pra ele, naquele meu jeitão bem escandaloso, e ele parou para conversarmos.
Que figura! Está há quase quatro meses na estrada. Saiu de Florianópolis-SC, seu destino era a Argentina, mas pegou duas tormentas no Uruguai que despedaçaram sua barraca, e num dos temporais, num descampado, quase foi atingindo por uma placa de sinalização que passou voando por sobre sua cabeça. Pensou: quer saber? Isso é prenúncio. Juntou suas coisas e iniciou a longa viagem de volta. Assustou-se de verdade com o perigo que passou. Um cara muito falante, divertido e espirituoso. Gostei demais de conhecê-lo.


Aí, em outra parada num posto de combustível para pegar água, me surpreendi ao ouvir alguém gritar meu nome: o Érico, colega do Judiciário, Oficial de Justiça em Montenegro, que passou por mim, achou que era eu e me esperou alguns quilômetros à frente. Outra foto para registro:


Aliás, a caixa de frutas presa sobre o bagageiro traseiro está fazendo sucesso. Uma amiga de muitos anos, Patrícia Dietrich, passou por mim na estrada e só me reconheceu porque enxergou a caixa. Como tinha visto no facebook a foto da bike montada, pensou: ali vai o Paulinho, porque aquela caixa de frutas amarela é inconfundível. Viram? Hehehe...
E vá girar o pedivela!
Em alguns trechos, pude aproveitar a duplicação da BR-116, saindo do fluxo intenso da rodovia - o que tem de bitrem carregado de lenha é um assombro! - e pedalei sozinho. Uma estrada inteira só pra mim...


Fez um calorão durante todo o dia. No asfalto, a sensação térmica potencializa, e o jeito foi parar mais seguido, me hidratar muito, me besuntar com protetor solar e labial - bah, cheguei gosmento por causa da sujeira da estrada, dos veículos, da poeira dos acessos sem asfalto -, e descansar à sombra quando encontrava uma. Por companhia, em quase todo o trajeto, campo ou extensas lavouras de arroz. Estou com um problema momentâneo com a internet, as fotos pararam de baixar, por isso ficarei devendo a foto de uma extensa plantação que vi na cruzada.
Às 17h30min cheguei no Paradouro Molon, a 10 km do acesso de Camaquã, vi um hotel nos fundos, já havia feito 90 km, resolvi pernoitar por aqui.
Amanhã, pretendo chegar o mais próximo possível de Pelotas. Tudo vai depender das condições climáticas, principalmente do vento. 
Obrigado a todos pelas incontáveis mensagens de apoio e incentivo publicadas no facebook. Com tempo e internet boa, responderei. Quantos "caroneiros virtuais"!
Bait'abraço!


Comentários

  1. Acompanhando meu irmão. Que Deus lhe acompanhe e abençoe.

    ResponderExcluir
  2. Que show, Petry. Estamos contigo. Abração.

    ResponderExcluir
  3. Paulinho.... Sensacional esse relato do segundo dia. Muito bom mesmo. Estamos nos sentindo como se estivéssemos no teu lado. Só por favor, seja mais específico quando tratar de expressões como "jeitão bem escandaloso". Isso soa com sentido muito vago para nós. Ninguém aqui soube ao que você estava se referindo... Kkkkkk. (Eu imaginei como deve ter sido o atrativo pra chamar a atenção do outro cicloviajante antes mesmo de tu descrever como foi de fato!! Uma Abração super hiper mega motivador meu e da Aline!! Vai com fé!!!

    ResponderExcluir
  4. Petry!!! A cada noite, viajo em mais um capítulo deste livro. A sensação é de estar lendo um belo livro, uma história de aventura. Ah! É claro: de um belo escritor!! Bora lá!!! Força e foco! Uma ótima quinta-feira pra ti! Outro bait’abraço.

    ResponderExcluir
  5. Ba, esses encontros com cicloviajantes são os melhores...
    O cara deixou de terminar a viagem por lhe parecer prenúncio uma placa voando? E se uma pedra do tamanho de uma bola de futebol rolasse morro abaixo até cair do lado da bicicleta dele (parece que já ouvi - vivi - essa história antes), o que ele iria fazer? Kkk... Saudades da Serra do Rastro

    Segue mandando notícias, pai. Estamos ansiosos pelo cumprimento de mais essa jornada. Beijo

    ResponderExcluir
  6. E que calor. Uma dúvida. Quantos kg vai perder nesta Viagem?

    ResponderExcluir
  7. Tu é loco memo... eu ia fazer 100 km em 10 dias!!! curuuuiiizzz!!






    ResponderExcluir
  8. Olha o Erico Geovani aí genteeeee... hehehehe...

    ResponderExcluir
  9. Parabens pela força de vontade, construtura de novas realidades !!!

    ResponderExcluir
  10. Ao longo da tua jornada estaremos torcendo por ti. Abraços nossos.

    ResponderExcluir
  11. Já estou com as canelas doloridas só de imaginar as pedaladas. Um Abração e vamos que vamos..... Logo terá um guri te acompanhando.....que ele seja generoso contigo e traga ventos favoráveis. 2018 na carona .....Até a próxima mensagem....

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

3º dia - 28/12/2017 - Um furo, dois furos, três furos, quatro furos, cinco furos

17º dia - 11/01/2018 - Acidente

19º dia - 13/01/2018 - O pior naufrágio é não partir...