5º dia - 30/12/2017 - Estradas gaúchas

Buenas, pessoal!
Fui surpreendido por um dia de intenso calor hoje, e pela mais absoluta falta de recursos de beira de estrada neste trecho da BR-116 que hoje percorri, entre Pelotas e Arroio Grande. Da distância que venci - 90 km - mais de 60 foram feitos sem divisar um posto de combustível, um restaurante, uma casa sequer na beira da estrada. A água foi acabando e fiquei realmente preocupado com eventual "desabastecimento"...
De manhã cedo meu amigo Ebenézer chegou no hotel onde eu estava hospedado proposto a pedalar um trecho comigo, quando poderíamos conversar. Saímos às 07h45min e logo depois divisamos a primeira placa indicativa do nosso destino:

Logo depois, uma parada forçada: furo na câmara traseira.


Da bicicleta dele! rsrsrs... pensaram que tinha sido na minha, né... rsrsrs...
Nos despedimos 30 km à frente, após a ponte do Rio Piratini. A pedalada rendeu porque o vento estava a favor e é um relevo relativamente plano. O Ebenézer foi uma agradabilíssima companhia, e realmente em certos momentos é muito prazeroso ter alguém com quem conversar. 
Com o passar das horas, contudo, o calor aumentou muito e meu rendimento caiu sobremodo. Após o trevo de acesso a Pedro Osório o acostamento simplesmente deixou de existir - virou grama e pedra solta - e o relevo se transformou num verdadeiro tobogã: imensas subidas e descidas. Mas o pior era que minha água - duas caramanholas de 500 ml e uma garrafa pet de 2 litros - passou a ser consumida mais rápido por causa do sol inclemente.
Chegou a hora do almoço e nada de lancheria, posto, parada de ônibus. Divisei uma sombra de árvore do outro lado da rodovia, e ali almocei. Uma lata de atum.

Servidos? hehehe...
O look também mudou. Abandonei o capacete preto e passei a usar um boné sobre o qual mandei costurar velcro, para grudar uma proteção às orelhas e à nuca contra o sol. Estava realmente demais o calor.


Somente após 60 km, passei pelo primeiro barzinho, num entroncamento da BR-116 para a localidade de Santa Izabel. Ali enchi as caramanholas e a garrafa pet e pude enfim seguir viagem sem tanto sobressalto que eventual falta de água pudesse provocar. 
E vá banho de açude e de arroio para me refrescar...



A primeira sombra que encontrei na minha mão de direção surgiu já perto das 16h, porque a concessionária que cobra o pedágio roça a área de domínio, e o sol precisou se inclinar bastante para que os primeiros eucaliptos me dessem um refresco.
O trecho final foi basicamente subir e descer. Retas imensas!


Ao passar pelo paradouro da Ecosul, concessionária da Rodovia, fiz uma queixa formal pela falta de acostamento e pelos constantes riscos que enfrentei, por ter que pedalar sobre a pista de rolamento dos carros. O que valeu foi a água gelada e a loja de conveniências do paradouro - um lugar muito agradável e com um atendimento exemplar. Recomendo.
Finalmente, às 19h bati às portas de Arroio Grande!


Hoje, na cidade, a Banda da Saldanha, de Porto Alegre, estará fazendo um show. Reservaram todos os quartos com ar condicionado do hotel onde estou. Será à base de ventilador...
Amanhã, cruzo a fronteira com o Uruguai e devo passar a virada do ano em Melo, se tudo der certo.
Bait'abraço!

Comentários

  1. Muitas histórias e só está começando!
    Dá até vontade de voltar a andar de bicicleta!
    Abraço

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  2. Vivendo no limite hein!!!?? Experiência com tensão pedalar sem água. Tu tá muito bem Paulinho, continua firme, e espero que tuas baterias se recarreguem 110% com um sono mesmo que só com ventilador. Domingo será o último pedal do ano. Curti ele pra não ficar com saudades... Kkkkkk
    Vai com fé!!!

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  3. Que dia hoje , meu amigo, fico feliz de ter participado um pouquinho da tua aventura , torço para que mais à frente as condições de infraestrutura e clima te ajudem , boa viagem , vá com Deus , abração.

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. Toca ficha Petry! Um abraço meu irmão!

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