10º dia - 04/01/2018 - E a temperatura subindo...

Buenas, pessoal!
Após uma noite de sono reparador no Hotel Central, em Sarandi del Yi, me organizei para fazer hoje a pedalada mais comprida, de 100 km até Durazno. Sabia que a temperatura chegaria na casa dos 40 graus (no asfalto, então, 45 graus) e que o relevo e o vento seriam os mesmos de ontem.
Na saída do hotel, o simpático proprietário fez questão de tirarmos uma foto. Todos foram muito atenciosos comigo.


Na saída da cidade, encontrei esses carros parados em frente a um condomínio. O que tem de carro antigo neste país - e rodando - é algo impressionante.


Bom, toca pedalar.
No caminho, passaram por mim, de carro, dois homens com quem conversei na janta, ontem, num pequeno restaurante. Cada um num automóvel, reduziram a velocidade e abriram o vidro para me saudar. Que legal!
E, em meio a um calor infernal, à solidão na estrada, à saudade de casa, ainda assim nosso coração se alegra com os mimos que a mamãe natureza nos regala...


É, mas o dia não estava para brincadeiras, não. Mesmo tendo saído cedo no hotel, enfrentei temperaturas elevadíssimas. É um calor diferente do de Montenegro, arde, o vento é seco, e meus lábios rachados, apesar do protetor, já começam a denunciar essa convivência nada pacífica.
Consegui chegar em Villa del Carmen às 11h, após percorrer 40 km. Sempre com vento contra. Havia um restaurante à margem da rodovia, onde pude almoçar. 
Preocupado com a distância, resolvi seguir viagem mesmo naquele horário, mas após mais 15 km a inclemência do sol cobrou seu preço: achei um eucalipto salvador e parei, bem parado, num daqueles pit stops de tirar capacete, deitar na grama, e ficar me contorcendo para permanecer protegido pela sombra da árvore. O céu da minha boca estava tão seco que tinha que manter com água dentro dela, sem engolir. Cheguei a temer uma desidratação.


Somente às 17h voltei a pedalar. Mas ainda faltavam 45 km até Durazno, o vento oeste ficou muito mais forte, e foi danado vencer essa distância. Sabia que poderia pegar noite na estrada - o que sempre tento evitar - mas não conseguia render, porque o tobogã que caracteriza o relevo desta região não me permitia uma pedalada ritmada.  A cada tanto descia para empurrar a bicicleta lomba acima, e nas descidas tinha que pedalar também para o vento não me parar.
Mas fui presenteado com esse por-do-sol...


Ele atazanou minha vida hoje, mas deu show na finaleira...
Só cheguei no hotel às 22h, após ter parado numa padaria para comer uma empanada e tomar um litro de suco de laranja, doce e gelado. Fez milagre.
A bicicleta começou a apresentar alguns problemas. As marchas não estão mais engatando com precisão, e seguidamente a corrente está saltando no cassete. Tentei regular na estrada, mas, com ela carregada, fica muito difícil fazer reparos assim. Pretendo procurar uma oficina aqui em Durazno, de modo a prosseguir com segurança. Há muito ainda o que rodar.
Hoje foram 97 km percorridos, a meu próximo destino é Cardona, às portas de Colônia.
Bait'abraço!

Comentários

  1. Continua firme e forte, estamos na torcida,boa viagem!

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  2. Parabéns pela perseverança e força , boa viagem xiru !!

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  3. Acabei de chegar hoje de Ushuaia e Calafate, onde estive por 8 dias. Mas não fui de bicicleta kkkk. Estou acompanhando o teu blog. Demais. Aquela região é lindíssima. Saí de 6 graus para 35. Ufa!!!. Vai firme que será compensador. Que Deus te acompanhe. Abraços.

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  4. Acabei de chegar hoje de Ushuaia e Calafate, onde estive por 8 dias. Mas não fui de bicicleta kkkk. Estou acompanhando o teu blog. Demais. Aquela região é lindíssima. Saí de 6 graus para 35. Ufa!!!. Vai firme que será compensador. Que Deus te acompanhe. Abraços.

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  5. Força no pedivela, e boa viagem!!!!

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