14º dia - 08/01/2018 - Mi Buenos Aires querida!

Buenas, pessoal!
Hoje foi um dia de curtir papelada, burocracia, guichê, autoridades, crachás, vem pra cá, vai pra lá, sai da frente, bicicleta é a última, tudo o que é necessário para entrar num país pedalando... Mas foi divertido, confesso: é sempre bom fazermos um exame de consciência se, em nosso trabalho, também às vezes não complicamos mais do que o necessário, pra desespero e infelicidade dos nossos clientes ou usuários. Enfim...
Acordei em Colônia do Sacramento hoje de manhã e providenciei de fazer uma reserva no hotel Rey, em Buenos Aires. Usei o cartão de crédito, e quando a operadora mandou uma mensagem dizendo que havia sido aprovada a transação, no valor de 611,00, quase caí pra trás: como assim, 611? Mas o que eu tinha feito de errado? Era para ser um quarto simples, aí por uns 80 pilas... Só depois me lembrei que o valor anunciado foi na moeda do país - no caso, em peso argentino. Que susto, rsrsrs... E constatei que continuo sendo uma anta para certas tecnologias...
O que me surpreendeu foi o primeiro furo na câmara do pneu dianteiro. E a bicicleta estava parada. Aí me indicaram uma oficina de bicicletas, próxima à pousada. Quando lá cheguei, não fui bem atendido como esperava, o titio parecia não fazer questão alguma de consertar. Me pediu 2 horas de prazo para remendar a câmara, porque tinha outro serviço para terminar. 
Aproveitei e fui ao Porto de Colônia comprar a passagem para a travessia fluvial até Buenos Aires. Como o preço do BuqueBus está pela hora da morte, comprei uma passagem no Colônia Express: US$ 29 (uns R$ 100,00).
Ó eu aí, grandão, com o ticket na mão:


Pois, quando voltei para pegar minha bicicleta do conserto, o titio havia feito a bobagem de tirar a fita de proteção de dentro do pneu, dizendo que era ela quem furava a câmara. Mas como assim, cara pálida? Comecei a argumentar com ele, dizendo que, para tirar a fita, deveria ter falado comigo, que se estava ali era porque tinha serventia, que eu achava crucial... Sabem o que ele me disse? "Me deves 150 pesos. E passe bem".
Fazer o que... agora estou com a fita de proteção enrolada, guardada dentro de um alforje, só esperando a câmara dianteira furar só de passar perto dos arames soltos na estrada...
Às 15h fiz o check-in, passei na Imigração, carimbei minha entrada e fui esperar o embarque.


Finalmente, às 16h, pude empurrar a bicicleta para dentro do ferry-boat, depois de ter sido alijado à condição de último ingressante... rsrsrs... 
Mas a travessia é um momento muito legal. Em cerca de 1h20min vencemos os 40 km que separam Colônia de Buenos Aires. O barco é espaçoso, confortável, silencioso, gostei mesmo.



E, como estou levando meus binóculos, pude acompanhar toda a movimentação da baía, os grandes cargueiros, pequenos veleiros, os outros ferry-boats passando, me entretive. 
Na chegada em Buenos Aires, me impressionei com o verdadeiro cemitério de navios que há. Da entrada dos molhes até o atracadouro, há uma boa distância - talvez mais de 1 km - e é um navio enferrujado ao lado do outro. Até um navio-cassino havia!


E eu, no final da fila, esperando todos saírem...


Bom, finalmente na Argentina, segui por cerca de vinte quadras até chegar no bom Hotel Rey, onde estou hospedado. Mas, no caminho, o primeiro grande susto no trânsito: um taxista parou à minha frente e tive que sair da beira da calçada para passá-lo. Um ônibus urbano, que vinha a certa distância, simplesmente manteve sua trajetória e me apertou entre ele e o táxi. Num relâmpago de pensamento, considerei a possibilidade de me jogar contra a lateral do ônibus para ser arremessado para o outro lado - longe do monstrengo. Bah, o motorista do coletivo vai dormir com as orelhas vermelhas hoje, de tanto que o xinguei. A avenida era larguíssima, poderia ter desviado com folga. Óbvio que fez de propósito.
E, no hotel, uma surpresa: dois brasileiros, mineiros, o Lucas e o Eduardo, percorrendo a América do Sul de moto, me viram chegar, puxaram conversa e dali há pouco já estávamos tirando foto para registrar o momento. São de Uberlândia (onde mora uma irmã minha. Mundo velho sem fronteiras).


Hoje foram apenas 5 km pedalados, mais 40 de ferry-boat, 1.101 km no total. Desses, 981 km sobre a bicicleta.
Amanhã, se tudo der certo, chegarei em San Miguel del Monte, uns 120 km à frente.
Bait'abraço!

Comentários

  1. Força, fé e coragem andam juntas contigo meu Irmão...
    Nós à distância e em pensamento oramos pela tua segurança.
    Manda pedal aí, tchê !!!
    Baita abraço !!!
    ps. aqui na praia do barco td tranquilo... rsrs
    tfa

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  2. Força, fé e coragem andam juntas contigo meu Irmão...
    Nós à distância e em pensamento oramos pela tua segurança.
    Manda pedal aí, tchê !!!
    Baita abraço !!!
    ps. aqui na praia do barco td tranquilo... rsrs
    tfa

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  3. Legal Petry, dia após dia você vai vencendo as distâncias. Segue firme, estamos contigo.

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  4. Ainda bem que Deus está te acompanhando e que assim continue. Adoro ler tuas postagem. Boa viagem!

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  5. Mazzaaaa compadre véiiii sôoo!!! Ta muito bem preparado... nem perdeu umas gordurinhas e nem zoinho ta no fundo!!! Sorrisão estampado!!!! Segue firme!!!

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  6. Segue firme aventureiro , boa viagem !!

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  7. Paulinho já experimentou usar Câmeras de bicicletas mais reforçadas...pra moto sei que tem... não furam...e também usamos um líquido que não deixa furar o pneu....

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  8. Parabéns pela distância já percorrida. Vontade de pegar a estrada e ir participar da empreitada.... Mas bora pedalar que eu fico por aqui só na torcida. Abração Paulinho....

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