8º dia - 02/01/2018 - Outro dia duro

Buenas, pessoal!

Que não ia ser fácil, eu já sabia... rsrsrs...

Mas que ia dar a coincidência de juntarem-se todos os fatores que maltratam o cicloviajante num só dia... isso ninguém avisou... rsrsrs...

Pois olhem, foi punk o negócio hoje: uma distância nada desprezível se levarmos em conta o peso da bicicleta - 90 km -, um vento sul atormentador desde a hora que saí de Melo e até a hora que cheguei em Tupambaé, batendo em diagonal, céu sem nenhuma nuvem, margem sem nenhuma sombra, pneu furado às 02 da tarde, no olho do sol, e aí, após o conserto, rodei mais 50 km com ele com baixa calibragem, incontáveis subidas - daquelas de apear da bicicleta para empurrar -, uma estrada podre de tão esburacada (me disseram que é a pior rodovia do Uruguai), credo!

Mas em compensação teve "milanesa" (a la minuta) no almoço, paisagens magníficas, uma raposa por companhia...

Viajar de bicicleta é assim: dureza, esforço, calor, mas também conhecer gente, ver lugares diferentes e animais que habitualmente não cruzam pelo nosso caminho...

Ontem à noite, na Pousada em Melo, recebi a visita do meu novo amigo, Roque, a quem conheci na estrada. Me presenteou com suco, iogurte, isotônico e biscoitos. E ainda ligou para um amigo em Santa Clara, avisando que amanhã passo por lá. Nem sabia o que lhe dizer, de tão lisonjeado que fiquei com sua preocupação com meu bem-estar. E nos conhecemos ontem!!!

Já na estrada, cedo da manhã, comecei a descortinar lindas paisagens, muitos haras e fazendas de criação de ovelha. O Uruguai é lindo!

E teve almoço, finalmente! Encontrei um comedor (restaurante) numa pequena cidade chamada Fraile Muerto (Frei Morto). Que bifão!

Descansei um pouco na praça da cidade e, ao retornar à estrada, mal andara uns 10 km, furou a câmera traseira. Naquele calor, fazer a troca foi uma prova de paciência.

E subidas e descidas. E vento contra. E nada de sombra. E pneu traseiro meio murcho...

A surpresa do dia aconteceu numa das tantas paradas para tomar água: levei um susto quando, do meio dos arbustos, saiu uma raposa (ou um guará, não sei bem). Nada arisca, aproximou-se de mim, muito curiosa, e depois de alguns minutos ali, me observando, se foi. Que barato!

Foram 13 horas na estrada hoje, das 07h30min às 20h30min. Cheguei exausto no povoado de Tupambaé, e consegui uma estalagem muito simples, mas ao menos com bom sinal de internet.

Amanhã, no caminho para Durazno, devo pernoitar na beira da rodovia, pois não há, pelo que pude observar na internet, qualquer recurso depois de Cerro Chato. Então, pode que não haja postagem no blog. Mas estarei vivo e bem, só curtindo a experiência de montar acampamento debaixo de um cinamomo... hehehe...

Bait'abraço!